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Árvore dos Poemas – criação do poeta Diovvani Mendonça

ÁRVORE DOS POEMAS

NOVA FLORESCÊNCIA ENTRE AS PEDRAS E AS ESTRELAS
Texto de Paulo Urban, médico psiquiatra e Psicoterapeuta do Encantamento.

Arvore dos poemas1

E se as árvores nos dessem poemas? E se sonetos, odes e haicais brotassem de seus ramos? Se seus frutos trouxessem versos por sementes e à sua sombra viessem se sentar os amantes dos saraus, os que buscam inspirar o vento da poesia entre brisas-linhas frescas?

Ora, houve quem um dia concebesse tal idéia. Colecionador de incertezas, na pia fé de que fazer poesia é engravidar possibilidades, o moço plantou no quintal de seu sítio Ninho das Pedras, lugar poético até no nome, o rebento de um inaudito espécime da floralma brasileira. E assim foi que brotou e cresceu a primeira Árvore dos Poemas.

Seu jardineiro-criador, mãos calejadas do lavrar palavras e domar seu violão, olhar de peão matutastuto e linguajar enraizado nas Gerais, me explicou: “Semear é assim, sô, é como magia. Primeiro tem de ter uma intenção bem forte; em seguida é o gesto de lançar sementes na certeza de que estão plenas de missão divina. E junto a gente põe uma oração pra que elas vinguem e dêem bons frutos. Não adianta fazer um buraquinho na terra, pôr a semente lá dentro e só ficar regando pra ver se nasce alguma coisa. É preciso semear com raio de luz na testa, mirar o horizonte mais distante e crer que a vida, com sua presença viva, há de florescer e de espalhar poesia pelos campos. Plantio é prova de amor, capaz inté de tirar água das pedras, pra módi molhar a alma dos homens e fazer chorar os anjos”.

 CD Mandala SonoraConheci Diovvani Mendonça por conta de Augusto dos Anjos (1884-1914), que nos uniu em próspera amizade firmada nas entrelinhas de sua insólita Obra. Explico melhor: havia escrito fazia alguns anos um ensaio a respeito da espiritualidade presente na arte literária de Augusto, aspecto esse que escapa à maioria dos acadêmicos, que mal atentam para isso. A publicação do texto atraiu-me esse novo amigo, que àquela época se preparava para lançar seu primeiro CD, Mandala Sonora. O disco traz numa das faixas o soneto O Lamento das Cousas, uma das peças-chave do poeta paraibano, musicado por Diovvani, com arranjo de Vandder Lima. Resultado imediato foi que, encantado com o projeto musical, aceitei o convite para escrever uma crítica ao CD. Mônica Facó, artista plástica, compôs especialmente uma mandala a ilustrar Andarilho das Estrelas, música em que Diovvani metaforiza a condição humana, comparando-nos a peregrinos a cavalo, sempre prontos a meter a espora a fim de percorrer as distâncias estelares que nos separam de nós mesmos.

Margarida

Margarida

As patentes afinidades literárias, nossa admiração por Augusto, o lançamento do CD, nosso papo de sarau ao telefone… tudo exigia um encontro regado a viola e poesia. Não resisti, viajei a Contagem (MG), era questão de conhecer pessoalmente o meu novo velho amigo. Num posto de gasolina deu-se o encontro: lá estava Margarida a me esperar, uma Rural Willys 73 azul, assim batizada em homenagem à falecida avó de Diovvani. E nostalgicamente fomos por estrada de terra até o Ninho das Pedras, em Esmeraldas, paradoxal morada do músico-poeta, que tanto abriga um castelo de pedras entre as árvores, como também uma autêntica casa caipira feita de adobe e sapé lá nos fundos, com fogão a lenha, galinheiro, viola presa na parede e uma branquinha das boas pra mió receber os amigos. Só estando lá pra entender.

Estradinha C. Drummond - Ninho das PedrasQuando o terreno foi comprado nem o corretor acreditava que havia vendido aquilo. Embora constasse da planta do condomínio rural, o lote nem estava à venda, afinal, parecia impossível construir-se qualquer coisa ali. Que maluco se interessaria em comprar um monte de pedras? Diovvani, mais pra doidivanas, ao ver as pedras, decidiu ser proprietário delas. A família temeu pelo seu tino, seus futuros vizinhos lhe fizeram piada.

Quadro-Poema a figurar na 'Estradinha Carlos Drommond', em 'Ninho das Pedras'.

Quadro-Poema a figurar na ‘Estradinha Carlos Drommond’, em ‘Ninho das Pedras’.

Mas… se no meio do caminho de Drummond tinha uma pedra, tornada imortal pelas fatigadas retinas de seu olhar poético, no terreno de Mendonça havia minas delas, e não houve outro caminho senão mineiramente removê-las, na unha do peão e na calma do caipira, para em seu meio construir uma bela casa, na qual o poeta pudesse morar e namorar o seu amor, e através de suas janelas descansar num belo horizonte as suas retinas.

A propósito, o conterrâneo de fama está homenageado logo à entrada, pois é uma rústica subida calçada de pedras, Estradinha Carlos Drummond de Andrade, que nos leva até a sede. É a Drummond também que Diovvani dedica o poema Pxp=2P’s==P’D+, cujo título bem reflete a matemática de uma alma espirituosa, que foge à regra das equações:

No meio do caminho do poeta
tinha uma pedra, tinha uma pedra.
Tinha sim, uma pedra;
bem no meio do caminho dele.

No meu? – Carambola! Encontrei caçambas,
caminhões… Nas Minas, sou conterrâneo do homem.
Mas sou cisco, pó, peão. Assumido, capiau da unha larga!
Pirracento que sou, saí de Esmeraldas, passei por Betim
e nasci no Belo – horizontalizei num dia doze de outubro, às dezoito horas.
(Ave Maria!!! Bilu-bilu!!! NªSrª Aparecida!!! Que foguetório!!!)

Pois é, sô! Meu DNA foi desenhado lá nas Esmeraldas…
Sou fio de Neuza e Vicente Mendonça (que já se foi),
Neto de Mariquita e Jonas Costa, Margarida Alacoque e Geraldo Monteiro
(Vendedor de leite em carroça e latão no JK, Eldorado e adjacências)

O Poeta DruMMond de Montanhas e Minérios tinha real talento!
Eu? Só penso, enquanto vento.
Ainda engano e roubo na rima,
no tento, no lamento. Ponha sentido, inhô!

Mas; e as pedras? O que fiz com tantas?
– Segui o mandamento
d´aquEle outro homem,
fiz minha casa sobre elas.

Construí com Vani (legítimo, caipira do Serro)
um Ninho de Pedras
para significar meus amigos e, claro,
na-morar, com meu amor.

E que estilingue a primeira pedra,
quem disser que sou plagiador.
Que aproveito da fama do Poeta.
Eu, mero peão, doido de pedra e por pedra.

Doido mess! Nas mãos e no braço, Diovvani e Vani, seu caseiro, até hoje continuam revirando e recolocando as pedras do lugar, dando ao Ninho uma sempre melhor aparência. Foi assim que construíram a gruta de N. Srª. Aparecida, os laguinhos, fartos pesqueiros, os caminhos e recantos, também as escadas estreitas e o muro à medieval que cerca quase toda a casa, a conferir-lhe ar de castelo em meio às árvores. Estas, por sinal, são de toda espécie. Uma delas, especialmente, dá poesia nas quatro estações.

O NASCIMENTO DA PRIMEIRA ÁRVORE DOS POEMAS

Arvore dos poemas3.logoGrande-mãe ancestral, raízes fundas, tronco forte e de “amplos agasalhos”, como diria Augusto, sua generosa sombra cobre ampla ágora, inteirinha calçada de pedras. É a Árvore dos Poemas, núcleo do Ninho, coração do Sítio, que reúne sob sua fronde os saraus mais animados, os poetas, seresteiros, violeiros, mulheres, homens e crianças, também um gato cantor e os sete cachorros letrados de Vanusa, esposa do poeta. Bonno, que viu nascer a Árvore, era o mais humano deles.

Foi assim que se deu a idéia diovvânica, o moço pensou: “Eu sempre quis semear poemas pelo sítio, espalhar poesia pelos campos… mas, como fazê-lo de modo que resistissem às intempéries? Um dia, ao imprimir um poema, sei lá por qual razão, enrolei-o feito um canudo e o enfiei numa garrafa plástica vazia. O efeito me surpreendeu, o papel se desenrolou lá dentro e vi que era possível ler direitinho o que estava escrito. Então imaginei que seria fácil pregar sua tampinha no tronco da árvore, e enroscar nela a garrafa com o fruto-poema. O método é simples; nem se machucam as árvores, nem as poesias sofrem o desgaste do sol, do vento, das chuvas…” Arvore dos Poemas2

E seus frutos-poemas são saborosos textos de André Carneiro, Augusto dos Anjos, os Manoéis (de Barros e Bandeira), Cora Coralina, Affonso Romano de Santanna, Luís Augusto Cassas, Fabrício Carpinejar, Mário Quintana, Fernando Pessoa, Florbela Espanca… enfim, uma infinidade deles, e tem pra todo gosto, entre vivos e imortais. Até sonetos meus a Árvore já deu e, é claro, costuma dar também poemas-feras de quem traz, além do Pai Celeste (Dio), uma onça bem matreira em seu próprio nome. Ora, vejamos o que ele diz, assim, sem Quase Ninguém Ver: Atrás da moita/tramo uma obra.//E para que ela seja/entre cinzas, inodora://- Eu torço…/Que nela não ouse tocar:/Augusta ou raquítica/mosca.//AVISO://Eu sou um D´…Onça/tenho aTRAÇÃO/nas quatro patas…./E mesmo sendo um dos Anjos/ou além dos quintos.//Com estandarte, depois de morto,/meu OlhO eX-queRdará/ao + vivo/- meus, direitos-tortos//.

Às vezes Diovvani se expressa por poemaforismos, que cortam a idéia na língua do facão: “Na ponta de todo alfinete equilibra-se o ai de uma dor futura”, diz seu Cuidado com as Pontas Expostas, cujo luzente do título concorre com a lâmina textual. Outro metaforaforismo está em sua Manhã Espreguiçadeira: Hoje acordei meio tantã!/Não com o canto do galo,/mas no primeiro estalo/do esqueleto da manhã//.

Diovvani - casa caipira2

Flagrante do poeta Diovvani Mendonça, viola na mão, na casa caipira.

Em seu “carpe diem caipira”, por exemplo, Dio nos diz: Meu Alvo -> é a Flecha sem Alvo: Não careço dar nenhuma espiada no futuro,/nem quero “pixel” borrador de meu passado escuro.//Só quero mesmo perfurar a caixa do presente/montado na flecha imprevisível do instante//.

Da Árvore avistamos lá nos fundos do terreno a casinha caipira, com palha no telhado, chão batido, paredes de barro tirado do próprio lugar onde ela se ergue, amassado nos pés e moldado a mão nos galhos e bambus entrelaçados que dão escora à tapera. Tem quarto, sala, cozinha e banheiro, mesa de madeira no alpendre para refeições e inspirações, e livros velhos de todo gênero espalhados sobre a cama, nas estantes, pela sala… literatura e muita poesia.

Diovvani - casa Caipira1

A sensação é a de estarmos entrando num sebo perdido num universo paralelo, ou na casa de algum nhô letrado, escondido no anonimato dos rincões desse Brasil. Um poema de Diovvani cabe aqui, extenso que é, cito dele alguma coisa, Sobre o Sebo: O sebo é o motel por onde trafega/sem pudor/o amante do livro;//molha os dedos na ponta da língua,/acaricia a primeira página/e entrega-se completo à leitura.//Quando vejo um sebo, minhas pernas tremem,/sinto vertigem,/pois sei que lá não há nenhuma leitura virgem.//(…) Gosto mais de livros usados/porque suas frases e linhas/costuram olhares de antes/na minha comovida retina,/porque contam histórias pras duas meninas/que habitam minhas castanhas janelas.//(…) Nas prateleiras do sebo acaricio os longos cabelos da filosofia,/toco o bico do seio da poesia,/beijo a boca da prosa,/enredo-me nos galhos do sertão rosa,/ouço trinado de “passarin” no quintal de mário,/vejo esquecido e velho sábio,/descubro o reflexo além das lentes da rocha glauber no céu,/lembro que sou barro – quem dera, dos sapatos de manoel//.

Papagaiado1

Mas passemos à outra casa, a sede do Ninho. Na estante da sala, nenhum livro, só brinquedos. São carrinhos, aviõezinhos, um helicóptero que gira as hélices, um caminhão com cordinha pra puxar, peão e bilboquê, tudo de madeira. E Dio confessa que ainda brinca com eles. Pudera! Além de ter nascido à hora da Ave Maria, em dia de Aparecida, a data o abençoou duplamente: era dia das crianças! Como essas que habitam nosso coração e que não podemos deixar morrer. E a criança interior de Diovvani vive à Manoel de Barros, maravilha-se com os pássaros que recitam o Sol, com os insetos no campo, fala com as pedras e os sapos, ilumina o silêncio das coisas. Seu Papagaiado bem mostra o ar meio bobo meio sábio de quem não deixou a espontaneidade se perder com as cores do cabelo: Não me levem demasiado a sério./É que um vento antigo,/traquina e moleque,/desses de empinar papagaio/e taquara e seda no azul,/tem despenteado o leque/no abanar meus pensamentos.//Crianças acenam/de horizontes para mim./E meus cabelos gris-alhando,/estão trançados-alegres,/nas linhas da inocência/sem cerol,/que eu pensei perdida,/nos cacos de vidro da caminhada//.

Da sala, uma escada nos leva para o sótão cheinho de livros. Dele, outra escada em caracol nos alça a céu aberto: é o observatório de Ninho das Pedras, com telescópio refletor encomendado ao astrônomo Bernardo Riedel e uma infinidade de estrelas encomendadas ao divino Criador que, oriundas do Ninho Cósmico, convocam-nos a ouvir o que elas dizem. Foi o que procurei fazer em minha primeira noite neste lugar, e seu maravilhoso céu de verão nos rendeu, ao sabor de um Casillero del Diablo que bebemos pela madrugada, o soneto Observoratório: 

São trilhões de anos-luz que olham pra mim;
estrelas do infinito que ora choram,
que em lágrimas de prata me devoram
brilhando ao telescópio em meu jardim.

Constelam-se no zênite onde moram
meus anseios da cúspide do fim;
Arcanjos cumprem lei de um Querubim,
recolhem minhas dores, me consolam,

Dedicam-me suas preces em virtude,
refratam cristalinas contas cósmicas,
banham-me a consciência e me iluminam…

Transcendo além da noite as ondas fóbicas
e rogo à luz dos astros que fascinam,
ao pé do altar de estrelas: Deus me ajude!

Paulo Urban
Sob o céu plenestrelado de Ninho das Pedras; Esmeraldas (MG)
decassílabos heróicos – 29/fev/MMIV – 1h42min

E cumprindo o antigo adágio In vino veritas, Diovvani confessou-me ali mesmo seu Polichinelo Segredo: É estranho pensar://“Pode estar morta a estrela que, emitiu a luz que agora brilha!”/Poetas são como estrelas,/arremessam ao futuro,/estilhaços-instantes,/da vida que agora (ex)pulsa//.

Estranho pensar que neste mundo, entre o tudo e o nada, entre pedras e estrelas, somos centelha de luz divina brilhando nossa humilde condição terrena, pequeninos diante da imensidão cósmica, engrandecidos por uma amizade desprendida, num eternintensinstante de existência… sim, somos todos andarilhos das estrelas, lidando a cada dia com as pedras do caminho.

Papagaiado 2 Guido Boletti www.guidoboletti.net feito especialmente para o poema Papagaiado Diovv

Papagaiado, acrílico sobre tela, obra do renomado artista plástico Guido Boletti – www.guidoboletti.net – inspirada pelo poema homônimo de Diovvani Mendonça

 Inspirado em Augúrios da Inocência (1803), escrito pelo poeta inglês William Blake, que nos conclamava a ver o mundo em um grão de areia, os céus numa flor campestre, também a guardar o infinito na palma da mão e a reter a eternidade numa só hora, Augusto dos Anjos concebeu, presume-se no ano de sua morte, seu soneto Ultima Visio, que assim se abre: “Quando o homem, resgatado da cegueira/Vir Deus num simples grão de argila errante…”; para concluir no último terceto: “A Verdade virá das pedras mortas/E o Homem compreenderá todas as portas/Que ele ainda tem de abrir para o Infinito!//”.

Diovvani parece ser desses que sabem escutar as pedras, posto que respondeu a seu chamado, quando lhe pediam que fossem obsessivamente reviradas até seu último segredo, algo misterioso demais pra se explicar, e que o levou a encontrar tantas estrelas em seu caminho. Talvez, por isso, tenha lhe ocorrido a luminosa idéia da Árvore dos Poemas. Estando suas raízes profundamente arraigadas na dimensão terrestre, e sua frondosa copa aberta em flores para os céus, é que podemos perceber o quanto vale um tronco seguro, do qual se ramificam tantos braços, repletos de frutos-poemas. Semear é mesmo ato de magia. E como a árvore diovvânica foi plantada na certeza, com raio de luz na testa, já chegam notícias de que seu espécime tem se espalhado e vingado por vários lugares: há outras pelo sítio, algumas nas casas dos vizinhos que antes caçoavam desse moço, e outras vêm nascendo em escolas de Minas, Rio de janeiro e São Paulo. Plantei eu mesmo uma delas em minha casa. E que se alastrem pelo mundafora suas sementes!

Sim, há mais poesia pelos campos, é o amor se enraizando e mais estrelas pra contar. Há, sobretudo, vida inteligente em nova florescência, uma nova consciência se formando entre as pedras e as estrelas; o que importa é engravidar possibilidades, diz Diovvani, o que vale é semear.

NINHO DAS PEDRAS

Eu caminhei por pedras no caminho
buscando descobrir onde elas nascem;
seguindo a intuição, qual me falassem,
cheguei ao fim da estrada e vi seu ninho.

Havia ali um castelo entre a folhagem,
de pedras construído inteirinho,
muralhas, uma gruta e inda um laguinho;
na torre, para o céu, uma passagem.

E à noite entre as estrelas ultradalvas,
constelações miríades de prata,
as pedras cintilavam cantilenas.

As árvores do sítio dão poemas,
e na casa caipira, lá entre a mata,
Diovvani faz poesias de esmeraldas!

Paulo Urban
Ninho das Pedras,  29 dezembro, MMVII

Projetos Culturais de Diovvani:

Projeto Pão&Poesia – em qualquer esquina, em qualquer padaria.

Pão e Poesia1.logo

Alimento para o espírito! Afinal, nem só de pão vive o homem! O projeto Pão e Poesia, em qualquer esquina, em qualquer padaria, criação de Diovvani Mendonça leva poesia à mesa do café da manhã, por meio das embalagens de pão.

A frente de casa saquinho de Pão e Poesia homenageia um poeta – e também um artista plástico, cuja arte ilustra a poesia publicada. Já o verso de cada saquinho, impresso em várias e diferentes versões, traz poemas e poesias tanto de poetas consagrados, convidados de Diovvani, como também de novos talentos, cujos trabalhos são selecionados por uma mesa julgadora.

Pao e Poesia2

Em parceria com a MixPan, Indústria e Comércio Ltda, de Contagem, a primeira série do Projeto Pão e Poesia, lançada em 2008; trouxe-nos 300 mil saquinhos que foram distribuídos nas nas padarias de Belo Horizonte e Grande BH. “Vamos injetar poesia nas artérias da realidade”, diz Diovvani. Inovadora, a proposta repercutiu amplamente também em Portugal, de onde dezenas de poetas se inscreveram a fim de participar do empreendimento.

Uma nova série do “Projeto Pão e Poesia, em qualquer esquina, em qualquer padaria” foi lançada em 2010, desta vez com a produção de 1/2 milhão de saquinhos, lançados em 4 séries: Sonetos, Trovas, Haicais e Versos Livres. O projeto, inovador em todos os seus aspectos, recebeu em 2009 o Prêmio ‘Pontos de Mídia Livre’ do Ministério da Cultura e, em setembro de 2010, ganhou o selo de reconhecimento conferido aos projetos finalistas do ‘Prêmio Cultura Viva’, âmbito nacional, promovido pelo mesmo Ministério. Também em 2010 o Pão&Poesia recebeu o patrocínio da empresa V&M via Lei de Incentivo à Cultura do Estado de Minas (renovado em 2011), e Diovvani desenvolve agora, com a ajuda de uma equipe de poetas e artistas que colaboram com o projeto, exposições itinerantes do Pão&Poesia, levando-o às escolas da rede pública, nas quais são oferecids oficinas de poesia e palestras sobre literatura.

Projeto Margarida, poesia em movimento.

Margarida4

A perua Rural Willys 73 está com seu motor roncando, prontinha pra sair cheia de livros e revistas pelas ruas e praças de toda grande Beagá, levando poesia e literatura à população. “Quem disse que o povo não gosta de ler, ou que não gosta de poesia? É só estacionar e começar a declamar que todo mundo rodeia a gente e ainda participa”. Diovvani ainda brinca: “Vou ter três seringas no carro, uma grande, uma média, uma pequena. Elas não têm agulha, e respectivamente me servirão para esvaziar o estresse da cabeça das pessoas, conforme este seja grande, médio ou pequeno. Daí, uma vez retirado o mal-estar, é só enviar os cidadãos ao bagageiro, onde cada um poderá escolher um livro, gratuitamente. Para tanto, peço doações e as tenho recebido de todo lado; já são centenas de livros e revistas prontinhos para distribuição entre as pessoas mais simples, dessas com quem cruzamos pelas ruas.”

Conheça o blog e os sítios (virtuais) de Diovvani:

www.diovmendonca.blogspot.com
Neste endereço estão vários de seus poemas, segundo ele, são “Poeminhas para matar o tempo e distrair a dor de dente”.

http://paopoesia.blogspot.com
Primeira edição do “Pão e Poesia, em qualquer esquina, em qualquer padaria”, ano 2008

http://paoepoesia.org
Segunda edição de “Pão e Poesia, em qualquer esquina, em qualquer padaria”, ano 2009

www.arvoredospoemas.blogspot.com
Aqui Diovvani convida alguns de seus amigos poetas a escreverem de modo despretensioso a respeito de seus poetas preferidos. São poetas falando de poetas, vale a pena conferir.

Arte de Pedro Pan sobre Poemárvore, de Paulo Urban

Arte de Pedro Pan sobre Poemárvore, de Paulo Urban

7 Comments

  1. Maitê Luz disse:

    Novamente sendo surpreendida pelo texto de Paulo Urban e, mais ainda, pelas minas (joias) que ele nos apresenta. AMEI, AMEI, AMEI.
    …me deu vontande de estar junto!

  2. Tony Gandra disse:

    Encontro de poetas! Paulo e Diovvani! Só poderia dar nesses textos lindos pela natureza que os inspira através dos reinos mineral e vegetal! Ser humano enraizado nas terras e pedreiras da querida Minas! Parabéns meu Amigo Paulo e Diovvani!

  3. Giselle disse:

    Amo meus saquinhos! Quando olho pra eles fico emocionada! bjos

  4. GRAÇA disse:

    LINDO ! MUITO LINDO !
    GOSTEI, APROVEITO A OPARTUNIDADE PARA DESEJAR MUITA PAZ, AMOR, SAÚDE E PROSPERIDADE PARA TODOS OS SERES HUMANOS.
    VALEU ! MUITO OBRIGADA !

  5. DAISY RABELO disse:

    DOIS POETAS JUNTOS SÓ PODERIA DAR MESMO EM MAIS POESIA ENCANTADORA .. PARABÉNS PELAS SEMENTES POÉTICAS QUE ESTÃO SEMEANDO PELO NOSSO PLANETA… VALE LEMBRAR QUE EM BAMBUÍ, MINHA TERRA NATAL, EXISTE UMA ÁRVORE DOS POEMAS LINDA. !!! OU MELHOR UMA JABUTICABEIRA-POEMA LINDA !!!!
    ABRAÇOS NA ALMA !!

  6. renan disse:

    É isso ai…………..Digio é tudo isso e muito mais.
    Abraços amigo Digio.
    Renan

  7. Querido e mais novo amigo de infância! Como você, amo as árvores, a natureza. Elas me dão tudo; inspiração para as minhas pinturas e para minhas jóias. Seus poemas são árvores-jóias em que a semente preciosa são seus poemas misturados com sabedoria. Foi um privilégio conhecê-lo sábado na Arca e ser adicionada como sua amiga. Bjs azuis.

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