O INCONTIDO
Medida de si mesmo e do Universo
que é o Homem senão régua de Protágoras?
Medida da poesia, das metáforas,
não mais do que um pequeno e simples verso.
lançado em plenabismo, em priscas ágoras,
aberto à eternidade em seu abraço,
das pedras às galáxias pelo espaço,
à Música dos Orbes de Pitágoras,
todo Homem é criatura, um peregrino,
partícula do Cosmos em centelha,
de pó de estrelas feito, alma em pivô.
À essência de si próprio um dançarino,
aquele que Incontido em dança espelha
o Arquétipo do Louco do Tarô.
Paulo Urban, Sonetista do Aquarismo
21 de julho, MMVII
decassílabos heroicos
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Crédito de Imagem: “O Incontido”; óleo sobre tela do artista plástico Eduardo Vilela, Arcano ‘Sem Número’ de seu ‘Tarô da Nova Consciência’.
Prezado Paulo, querido, iluminado e lúcido amigo,
É impressionante como que, em tão poucos versos, você consegue de forma tão cientificamente poética sintetizar tanta grandeza estampada neste símbolo primordial, representada aqui, também, de forma brilhante pela arte de Eduardo Vilela!
Parabéns aos dois e muita gratidão por mais esta definição desta carta do tarô, que pelo tamanho da energia da mais pura arte contida, não define, mas, cumpre o propósito de olharmos de forma mais orientada para este infinito campo de possibilidades!
Em particular, não pude evitar a conexão com a famosa e “popular” expressão de Nietzsche, quando você descreve:
“À essência de si próprio um dançarino,
aquele que Incontido em dança espelha
o Arquétipo do Louco do Tarô.”
“Eu vos digo: é necessário ter um caos em si para poder dar à luz uma estrela bailarina.” – Nietzsche-Zaratustra.
Um grande e fraterno abraço!
“Medida do Ser para as coisas que são, do Não Ser para as coisas que não são”, eis o Homem de Protágoras. Adorei a tela de Vilela e também o soneto (excepcionais são esses encontros entre pena e pincel).